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Oficina de Arteterapia: Poema da Cora Coralina

  • arteevidaarteterap
  • 10 de abr. de 2024
  • 2 min de leitura

Oficina de Poema - Das Pedras de Cora Coralina



Das Pedras - Poesia de Cora Coralina


Ajuntei todas as pedras

Que vieram sobre mim

Levantei uma escada muito alta

E no alto subi

Teci um tapete floreado

E no sonho me perdi

Uma estrada,

Um leito,

Uma casa,

Um companheiro,

Tudo de pedra

Entre pedras

Cresceu a minha poesia

Minha vida...

Quebrando pedras

E plantando flores

Entre pedras que me esmagavam

Levantei a pedra rude dos meus versos.



Quem foi Cora Coralina?


à esquerda, foto de Cora Coralina e à direita, poema escrito por ela
Foto de Cora Coralina

Cora Coralina (1889-1985) foi uma poetisa e contista brasileira. Publicou seu primeiro livro quando tinha 75 anos e tornou-se uma das vozes femininas mais relevantes da literatura nacional.


Ana Lins dos Guimarães Peixoto, conhecida como Cora Coralina, nasceu na cidade de Goiás, no Estado de Goiás, no dia 20 de agosto de 1889.


Começou a escrever poemas e contos quando tinha 14 anos, chegando a publicá-los em 1908, no jornal de poemas “A Rosa”, criado com algumas amigas. Em 1910, seu conto "Tragédia na Roça" foi publicado no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", usando o pseudônimo de Cora Coralina.


Em 1911, Cora Coralina fugiu com o advogado divorciado Cantídio Tolentino Bretas, indo morar em Jaboticabal, no interior de São Paulo.


Em 1922 foi convidada para participar da Semana de Arte Moderna, mas foi impedida pelo marido.


Em 1934, depois da morte do marido, Cora Coralina tornou-se doceira para sustentar os quatro filhos. Viveu por muito tempo de sua produção de doces. Embora continuasse escrevendo, produzindo poemas ligados à sua história e aos ambientes em que fora criada, se dizia mais doceira do que escritora. Considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno.


Já em São Paulo, em 1934, trabalhou como vendedora de livros. Em 1936, muda-se para Andradina, onde começa a escrever para o jornal da cidade. Em 1951 candidatou-se a vereadora. Passados cinco anos, resolveu voltar para sua cidade natal.


Em 1959, com 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e entregá-las aos editores.


Em 1965, com 75 anos, Cora Coralina conseguiu realizar o seu sonho de publicar o primeiro livro "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais".


Em 1970, tomou posse da cadeira n.º 5 da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. Em 1976, lançou seu segundo livro "Meu Livro de Cordel". O interesse do grande público só foi despertado graças aos elogios do poeta Carlos Drummond de Andrade, em 1980.


Nos últimos anos de vida sua obra foi reconhecida, sendo convidada para participar de conferências e programas de televisão. Cora Coralina foi agraciada com o título de Doutor Honoris Causa da UFG.


Cora Coralina recebeu o "Prêmio Juca Pato" da União Brasileira dos Escritores como intelectual do ano de 1983, com o livro “Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha”.


Em 1984 foi nomeada para a Academia Goiana de Letras, ocupando a cadeira n.º 38.


Cora Coralina faleceu em Goiânia, Goiás, no dia 10 de abril de 1985.


A casa onde morou a poetisa Cora Coralina é hoje o museu da escritora.


Cora Coralina é uma importante referência para os idosos pois mostra que não há tempo para alcançar o que deseja. Idade não é impedimento para a realização de sonhos e projetos.


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